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Nota do Autor
Nota do Autor

 

Exposição "25 Anos de Arte" no Centro UNESCO do Porto.

  

Tendo sido a minha origem artística de génese autodidacta, desde muito cedo começou a despertar em mim o interesse pelas Artes, nomeadamente o Desenho e a Pintura. Paralelamente nutria uma certa aproximação pelas ciências da vida, das sociedades, do mundo e do universo. Disciplinas como Ciências da Natureza, Estudos Sociais, Biologia, História, Geografia e obviamente Educação Visual eram as da minha preferência. Todas elas marcaram directa ou indirectamente o percurso da minha expressão artística.

 

Entre 1975 e 1978, lembro-me de esboçar nas aborrecidas aulas de Aritmética e Geometria, de Físico-Químicas ou de Matemática, as primeiras histórias aos quadradinhos onde personagens inspirados em filmes de ficção científica (lembro-me do Espaço:1999 e do Caminho das Estrelas, ambos na TV ainda a preto e branco) davam corpo e alma a criações que, embora infantis, viriam a gerar o embrião das grandes viagens sonhadoras da adolescência.

 

Entre meados e finais dos Anos 70, em vivência dos movimentos Hippie, Flower Power, Headbanger, Freak e Underground, as referências e identidade dos jovens gravitavam à volta de uma filosofia de vida liberal, informal e descomplexada onde a música e as "joints" ocupavam um lugar destacado no quotidiano estudantil. Era a época dos sonhos, do cabelo comprido, das calças à "boca de sino”, dos sapatos de “tacão alto”, da irreverência e das aventuras, do desregrar do formalismo conservador e padronizado em que a sociedade vivia. Para exacerbar a mente, rebuscava-se a letrística musical no que então se ouvia: Jethro Tull, Yes, Genesis, Emerson Lake & Palmer, Pink Floyd, Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Uriah Heep, Judas Priest, Queen, Supertramp, Camel, Triumvirat, Omega, Barclay James Harvest, entre outros grandes grupos musicais... enfim, cultivava-se com intensidade os "ícones dos seventies", uma globalizante cultura de massas que ansiava libertar-se das amarras de um quotidiano alienado. Não ficando indiferente a essas expressões artísticas, acabei por me ver adoptado e envolvido no "Movement", igualmente preconizado pelos amigos. Terei forçosamente que considerar que foi para mim um período espectacular, deveras criativo, a todos os níveis, onde as vivências liberais repercutiram-se obviamente na expressividade estética da minha Arte. O monólogo que mantinha com a Pintura tornou-se mais transparente e isso foi decisivo para "apanhar a onda".

 

A minha natural tendência individualista e algo existencial leva-me a não me considerar o modelo participativo do "homem da terra". O facto de ser oriundo de uma família de classe média-baixa e pouco virada para as artes, leva-me constantemente a levantar a questão: porque raio nasci eu com o vírus da Pintura?

 

Em 1979 realizei um sonho que acalentava desde à uns anos, fazer a minha primeira exposição pública individual: foi no local onde estudava, na então EICA-Escola Industrial e Comercial de Aveiro. No ano seguinte, convidado por um grande amigo de infância, o Rui Vasqueiro, fiz outra exposição no Liceu Homem Cristo, também em Aveiro. Em 1981 a receptividade às minhas obras já era tão positiva que me motivei ainda mais a prosseguir com aquilo que as pessoas gostavam e admiravam. Ao longo dos anos, com determinação, persistência e muito trabalho, o estilo foi sustentadamente aperfeiçoado para saciar uma forte necessidade perfeccionista de atingir níveis cada vez mais altos. Consequentemente, a minha Arte foi-se tornando gradualmente mais distinta e pessoal mas sempre contida numa espécie de “insatisfação insatisfeita”. Fui impondo a mim mesmo determinadas metas na desejável trilhagem do caminho, sem dúvida, mais difícil. Poderia ter optado por simplificar as coisas, ficando mais despreocupado e livre de tanta carga de trabalho, enfim, de massacrar e por à prova a minha "paciência de chinês". Tal como fazem a maioria dos pintores, poderia ter optado por um estilo de pintura mais simples, enveredando por receituários mais fáceis porém insípidos. No entanto, estava ciente que a arquitectura edificante para o estilo de grafismo ilustrativo que queria dominar tinha como base fundamental o apuramento técnico, começando pelo Desenho o mais difícil confronto a enfrentar por um pintor. Decidi empenhar-me a fundo, optando pela via mais trabalhosa e pacientemente desgastante, não por ser fácil mas por ser difícil. Com coragem e fastidiosas insistências, confiando unicamente nas minhas aptidões artísticas, lá fui conseguindo aos poucos conquistar essa preferente exigência para o Neofigurativo de Ilustração. Só assim e não por outros meios, é que poderia doar o que as criações pediam para "funcionar". Estas deveriam ser objectivas na leitura, esteticamente “avant-garde” e sobretudo comunicativas, já bastava a sua temática ser algo sofisticada. Temia que com outro delineamento a força de expressão e a "garra" se perdessem.

 

O resultado é o que vim esforçadamente a conseguir, a Obra OBERION.

 

Obviamente que nem sempre estou disposto a pintar indefinidamente no mesmo clímax laboral. Existem necessidades de levantar o "freio", de relaxar e vaguear para outras estéticas mais simples e informais, situadas uns patamares abaixo. Para mim, a aptidão criativa e a fluente predisposição para inverter ou perverter os códigos estilísticos da comunicação visual nunca tiveram impedimentos. Já houve períodos em que me envolvi em experimentalismos, abstraccionismos, surrealismos, naturalismos, fauvismos, naifs, minimalismos, técnicas mistas e sei lá que mais. Pinto da forma que quero, no estilo que quero, quando quero. Mas existe uma forte unidade entre estas "visitas" esporádicas: todas seguem uma direcção convergente em termos ideológicos, ora não viessem dos neurónios cerebrais da mesma pessoa. Porém, nenhum dos visitados estilos me seduz plenamente, nenhum me preenche tanto a alma como o enigmático e secreto mundo do imaginário que encerra a minha Obra OBERION. Só ela possui o dom de me “transportar” na Máquina do Tempo, levando-me a viajar pelos confins da imaginação.

 

Enquanto a abstracção, os minimalismos ou as triviais técnicas-mistas da pintura ornamentada de bricolage vêm obcecando as mentalidades com confortável predisposição depreciativa, ou apetência por estéticas simplistas e pouco laboriosas, a pintura neofigurativa e hiper-realista (que eu defendo até à exaustão) vem desafiando a presunção e a falsa convicção daqueles que defendem as propostas artísticas vazias de conteúdo, monolíticas, monodimensionais, ideologicamente austeras e incomunicativas. Estas correntes estéticas de certo modo espalharam-se e tutelaram as instâncias hierárquicas das Belas Artes, aprisionando as verdadeiras potencialidades artísticas e nivelando por baixo a escala de valores. A austeridade na abordagem das concepções desenhísticas manifestou-se na representação pictórica a que vulgarmente designam por Informalismo Estético, totalmente avesso e inadaptado à modelagem figurativa. No entanto, a Figuração nunca perdeu a sua potente força expressiva, tendo até aumentado justamente a sua importância hegemónica na Pintura Contemporânea mais recente. Em termos históricos, o legado da sua intemporalidade, extravasada criatividade, directa frontalidade e forte objectividade são o que de mais valioso perdura nas Belas Artes Universais.

 

Claro que é imperioso reconhecer que a escolha da ordem estética para um determinado estilo pictórico deverá respeitar, sempre, uma orientação resoluta. A recente e crescente descoberta de novas fórmulas nos receituários tem como objectivo transmitir a realidade física nalguns aspectos, misturada com o imaginário, a fantasia e os sonhos do fantástico. Esta teoria tem vindo a alcançar, na prática, um novo conceito artístico composto por singulares propostas revivalistas. Nelas destacam-se o virtuosismo, tecnicismo, detalhe, impacto cromático, criatividade e impulsiva comunicabilidade. Nesta jovial saga, dirigida por uma nova ordem filosófica e verdadeiramente alternativa, os pintores visionistas e tendencialmente “viajantes” vêm cultivando um crescente interesse na redescoberta dos limites máximos da estrutura pictórica. Em suma, eles buscam recriar as potencialidades das verdadeiras aptidões artísticas naturais mas só um punhado deles as domina em parte. E isto para não falar no absoluto porque nesse patamar só cabe aquele que possui o dom e o mérito para o alcançar.      

   

Persistentemente, trabalhando duro, desde muito cedo encontrei o meu caminho pessoal. Sempre fui indiferente às habituais críticas destrutivas que, para gáudio pessoal, pouco ou nada me dizem. A absoluta convicção da tomada desta posição ajuda-me a manter um confortável distanciamento, tornando-me invulnerável a certas mentalidades atrofiadas com o síndrome da pseudo-intelectualidade ou da “hipocrítica”. Para mim existe um mistério quando toca à avaliação de uma Obra de Arte: para uma certa elite social, que se autoproclama intelectualizada, quanto mais feia, tosca, ilógica, incompreensível, mal pintada e imbecil é uma pintura, tanto melhor!

 

Uma grande parte da Pintura Contemporânea, delírio preferencial e referencial para "marchands" de escola primária, na verdade nada mais é do que o resultado da descaracterização dos valores puristas da Arte. Existe pois uma estreita e paralela relação com a alienação dos valores morais e sociais no Mundo Ocidental em que vivemos. Tal como acontece com a Televisão, com o Teatro, com o Cinema ou com a Música, caminha-se agora a passos largos para a banalização da Pintura.

 

Não é pintor aquele que quer, mas quem tem a vocação chamando-o para isso.

 

Em Portugal existe uma massificação de pseudo-pintores que, na falta de vocação artística, nada abonam de construtivo no plano cultural. Pincelar aleatoriamente uma tela, colar uns adornos de bricolage, pendurar uns cordames, fixar uns cacos e borrar umas pastas qualquer um o faz. Depois, para dar credibilidade ao mamarracho afirma-se a pés juntos que aquilo é valioso e original, é "vanguardismo experimentalista"! Neste contexto, esse abstraccionismo aberrativo tornou-se o refúgio de inaptos habilidosos que não sabem desenhar nem pintar.

 

O que custa é a criação estética, a harmonização e organização espacial no suporte, o desenho e as suas complexas técnicas de representação como o esboço, a anatomia, a morfologia visual, as noções de profundidade, os planos de dimensionalidade, os pontos de fuga da perspectivação, os desfasamentos curvilíneos, a incidência da luz e a projecção da sombra, a modelação, a composição e outros aspectos técnicos. Difícil também é atingir um nível elevado nos acabamentos, nos detalhes, inspirar a sensibilidade, alcançar o perfeccionismo e cultivar o bom gosto na combinação de cores. Mas o derradeiro desafio é encontrar um estilo próprio, personalizado, uma imagética pessoal que seja distinta. Acima de tudo, o pintor artístico deverá ser sempre coerente, competente e sobretudo honesto.

 

As inúmeras técnicas de pintar como os esfumados, os esponjados, os pontilhismos, as aguadas, os vibratos, a velatura, o "dégradée" ou as técnicas do aerógrafo a pressão de ar (airbrush) não estão ao alcance de um pintor qualquer. Estas premissas são portões de entrada para a Verdadeira Pintura Artística das Belas Artes, o resto são habilidades de "artes plásticas" (um termo que detesto, algo pejorativo, plastificante e desvalorizante das Belas Artes. Quem nasceu primeiro, a Pintura Artística ou o plástico?).

 

Estas difíceis aptidões, que só alguns possuem, elevam a qualidade geral da Obra Artística, personalizam o cunho pessoal e traçam a distinção entre pintor-maior e pintor-menor. Um verdadeiro artista, de alma e paixão, trabalha não para agradar a outros artistas mas para agradar ao seu público. Ele nunca se deverá deixar despersonalizar só para se inserir num dado "clube" onde todos pintam como os demais. Um verdadeiro pintor artístico é aquele que se liberta das correntes estéticas e se afasta de filosofias incoerentes. Ele deverá sempre procurar que as suas obras continuem sendo admiradas pelo seu público. E acima de tudo, deverá ser fiel ao seu estilo, mantendo-se coerente e firme nos seus princípios pois é aí que reside a sua credibilidade.

 

Não existem atalhos para alcançar a criatividade artística. Ou se a tem, ou não tem!

 

A inspiração não existe na minha Arte, esta é fruto de muito trabalho, afinco, paciência, amargura, sacrifício, por vezes tristeza, mas principalmente de muita dedicação. Quando alguém faz comentários sarcásticos ao meu trabalho, na maioria dos casos está apenas a reconhecer, de modo reflexo, que alcancei um nível superior ao seu. Comigo não existe politiquismo correcto, evidências e factos têm que ser claros e concretos, sem subterfúgios. Chamando os bois pelos nomes, isso é inveja.

 

Não crio nem pinto o meu Ficcionismo para esclarecer os simples. Faço-o para levantar questões e não menos polémicas, tudo para suspender o tempo o suficiente para que as pessoas possam fazer perguntas a si próprias e abram a mentalidade.

 

Os pintores visionários não seguem modas, pelo contrário antecipam-nas, situando-se na vanguarda. Por conseguinte estão entre os que marcam tendências a ter em conta. Cada pintura de ficção é sempre algo diferente. É uma criação artística para pessoas capazes de se identificarem visualmente com os sonhos retratados e se integrarem num imaginário fantasista que anseiam, que procuram. 

 

Mas o que é profícuo é que possa ser publicamente visível um projecto artístico como o OBERION. É uma autêntica saga de complexidade total. Nele, vou àquilo que sistematicamente se evita nas Belas Artes actuais: a essência artística do Belo na sua dimensão mais exigente, mais exaustiva e mais trabalhosa.

 

Creio absolutamente no seguinte: quem quer ser pintor artístico, a sério, tem que mergulhar profundamente na solidão. Não há felicidade que produza Arte, a Arte é sempre fruto da infelicidade.

  

Tal como é apanágio das posturas filosóficas dos Grandes Génios da Pintura Universal que, destacando-se pelo seu afinco num trabalho laborioso e desgastante semearam o auge da Criatividade Humana, também os pintores visionários contemporâneos procuram os limites da estrutura pictórica. Como discípulos colocam-se heroicamente um passo à frente. São eles que desbravam o terreno mais difícil e quase impenetrável, iluminando com sua candeia os trilhos do mistério.

 

Só sei que esta vocação artística, aptidão vinda não sei de onde, é uma chama que me queima a alma constantemente. Mas o importante mesmo é o amor que nutro pelo que faço. Afinal esta Arte é aquilo que sou!

 

Nunca poderei trair o objectivo a que me propus nem defraudar o público que se identifica nas minhas criações. O caminho a seguir é unicamente este, porque assim o quisemos. É pois numa relação de cumplicidade existencial e de entrega emocional que tenho prosseguido nesta árdua carreira. É uma escolha de vida extremamente difícil, muito desgastante e ingrata, onde nem sempre se colhem frutos nem se é compreendido.

 

Com grande dedicação e paciência venho "escrevendo" contos visuais numa linhagem estética contemplativa onde sempre me revejo e me reencontro. Procuro definir a minha existência nesse universo de múltiplas realidades alternadas, algumas vezes destruindo-se umas às outras. Coloco e recoloco no mesmo drama várias visões com sentimentos idílicos. Aliás, essa é a característica fundamental nas minhas pinturas de fantasia heróica: o confronto entre a Ordem e o Caos, a luta entre o Bem e o Mal, o conflito é permanente.

 

Procuro insistentemente por referências onde paralelamente me perco. Vagueio na concepção de "atmosferas estranhas", ora reconfortantes, ora medonhas. É também por isso que as minhas obras despertam expectativa e curiosidade. 

 

O OBERION contrapõe uma filosofia de vida que cada vez mais aflui às margens deste tempo: estes são os anos em que se tomou consciência de que um milénio acabou e que o seu fim arrastou o fim de muitas coisas. Este é o tempo da regressão intelectual, da mediocridade, do fanatismo, dos “futebóis”, dos presságios, dos oráculos e profecias. Este é o tempo do alarmismo, do catastrofismo e do "fim do mundo" promovido por agendas obscuras atrás das controversas "alterações climáticas", onde não há nem nunca houve consenso entre os cientistas. Este é o tempo da propaganda, do tabloidismo e do sensacionalismo fácil. Este é o tempo da censura pós-moderna e do neofascismo impostos pelo Politicamente Correcto. Este é o tempo da destruição das identidades nacionais, culturais e étnicas dos Povos Ocidentais. Esta é a Era do declínio civilizacional do Mundo Livre que, nunca como agora, vem sendo corroído por cancros como o Lobby Gay, o Relativismo, o Marxismo Cultural, o Esquerdismo e o seu grande amigo aliado, o invasor Islamismo. Este é o tempo do regresso do bárbaro e sanguinário Islão novamente contra os cristãos: cerca de 300 milhões destes, em todo o mundo islâmico, vêm sendo perseguidos e muitos milhares sido mortos só por serem cristãos. Isto em pleno Século XXI, impunemente, debaixo do cínico silêncio ensurdecedor da parcial ONU e da hipócrita Comunidade Internacional. Esta é também a Era em que surgiram os novos racismos anti-Branco e anti-Semita, para quem brancos e judeus são culpados de todos os males do mundo. Mas esta é igualmente a época onde impera a sacanagem pérfida com hediondas actuações perversas dos políticos do "mainstream", miseráveis traidores que desprezam os seus povos e as suas pátrias. Este é também o tempo da Endofobia odiosa contra o seu próprio povo, seu próprio país, sua cultura e tradições, seus antepassados e suas raízes, uma louca esquizofrenia em que até se odeia a si mesmo. Este é igualmente o tempo das novas ditaduras totalitárias da Esquerda apagarem verdades, expressões, opiniões e factos incómodos à sua maquiavélica ideologia, ora censurando-os, ora barrando-os, ora proibindo-os ou até eliminando-os das redes sociais e de outros meios por ela controlados. Na realidade, entramos na Era das verdades inconvenientes serem, ou abafadas, ou descontextualizadas, ou distorcidas, ou substituídas pelas mentiras dos jornalistas das Grandes Medias ao serviço do "global status quo" que depois as reapresentam como sendo "as verdadeiras verdades", incontestáveis, porque eles é que são o "jornalismo de referência". Definitivamente, este é o tempo dos mentirosos chamarem os verdadeiros de mentirosos.

 

Vivemos numa época de inversão de valores, de falsidade e demagogia, de informação e desinformação à mistura. Não se sabe bem o que acaba nem o que começa. Não se sabe bem o que se é nem para onde se vai.

 

Manuel Cunha (pintor artístico).

   

 

 

 

 

 

 

                                                                                           

 

 

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